Quarenta mil moradores de 16 favelas, centenas de casas e lojas e quatro torres residenciais de São Paulo serão retirados para a construção de um túnel de R$ 3,7 bilhões entre a Avenida Jornalista Roberto Marinho, no Brooklin, zona sul da cidade, e a Rodovia dos Imigrantes. A maior remoção da história da prefeitura foi autorizada nesta segunda-feira (4/7) por 39 dos 55 vereadores paulistanos. As remoções devem começar em agosto, dois meses antes das obras.
Também haverá um parque linear de 600 mil m², quase metade do tamanho do Parque do Ibirapuera, no lugar das ocupações às margens do Córrego Água Espraiada. O pacote de mudanças para a região ainda inclui o prolongamento da Avenida Chucri Zaidan em 1 quilômetro e reformas em 48 ruas, como alargamentos e novas calçadas. A Secretaria Municipal de Habitação já cadastrou 8,5 mil famílias que vão deixar as margens do Córrego Água Espraiada para morar em conjuntos habitacionais da CDHU construídos ao longo da Avenida Ricardo Jafet. As transferências das primeiras famílias, que já recebem bolsa aluguel de R$ 300 mensais, por meio de cartão magnético da prefeitura, devem começar em 30 dias.
Agora o governo vai reabrir a licitação colocada para consulta pública em novembro de 2009. Segundo Elton Santa Fé Zacarias, secretário de Infraestrutura, as obras para a construção do túnel devem começar em outubro. A conclusão da obra, prevista em 36 meses, vai ocorrer em 2014, ano de eleição para o governo do Estado.
É o maior e mais caro projeto viário da Prefeitura, que também planeja iniciar até o fim do ano a obra de outros dois túneis: um na Vila Mariana, entre a Domingos de Morais e a Ricardo Jafet, e outro na zona norte, entre as Avenidas Engenheiro Caetano Álvares e Cruzeiro do Sul.