Contrato prevê liberação de recursos para quatro obras. Requalificação da Praça da Matriz está entre os projetos de revitalização.
Camila Henriques
A prefeitura de Manaus, Artur Neto, e a superintendência da Caixa Econômica Federal assinaram, nesta terça-feira (13), contratos para a liberação de verbas destinadas a quatro obras que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) Cidades Históricas, no Amazonas. Em novembro de 2014, o G1 listou dez projetos que poderiam perder recursos após o poder municipal não enviar documentação para aprovação. Na ocasião, a reportagem também constatou situação de abandono nos espaços públicos.
Entre os quatro projetos com contratos assinados estão a Requalificação Urbanística da Praça Tenreiro Aranha, orçada em R$ 2.850.844.14; Requalificação da Praça da Matriz, com custo de 6.554.322.14; Requalificação da Praça Adalberto Vale, no valor de R$ 376.160.97, e a Requalificação do Entorno do Mercado Adolpho Lisboa, com obra estimada em R$ 6.869.980. Todos os projetos contemplam melhorias na acessibilidade, iluminação de LED, sinalização e paisagismo.
O contrato que dará início ao processo de licitação foi assinado pelo prefeito Artur Neto e pelo superintendente da Caixa, Carlos Alberto Bonim, no Palácio Rio Branco, nesta manhã. A licitação deve começar ainda este mês. No entanto, o prazo para o começo das obra não foi divulgado.
De acordo com Artur Neto, uma média de R$ 15 milhões corresponde a 41% dos projetos que devem fazer parte do PAC 2. O prefeito informou ainda que outros seis projetos estão sob análise do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília. Entre as propostas estão a biblioteca municipal, requalificação da Praça Dom Pedro 2, Hotel Cassina, além das sedes antigas da Câmara Municipal e Corpo de Bombeiros e Pavilhão Universal (Coreto da Praça Terreiro Aranha).
Segundo o secretário interino da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Antonio Nelson, o Coreto da Praça Terreiro Aranha está em um projeto à parte. O secretário explicou que o Coreto deverá ser transferido da Praça Terreiro Aranha para a Praça Adalberto Vale.
Abandono
Em novembro, o G1 percorreu trechos das áreas que integram o PAC 2 e contatou que os espaços públicos estavam totalmente abandonados. A Praça Dom Pedro II, localizada na Avenida Sete de setembro e em frente ao Palácio Rio Branco (antiga sede da Assembleia Legislativa do Amazonas), apresenta problemas. Na área, a reportagem encontrou bancos quebrados e a única lixeira do local destruída. O pavimento em vários pontos deu lugar ao barro. O coreto está com infiltrações e o antigo chafariz permanece desativado.
A situação de abandono também era vista na Praça Tenreiro Aranha, na Rua Guilherme Moreira. No local funciona a Feira Permanente de Artesanato, que é umas das principais opções turísticas da capital. Atualmente, os artesãos que comercializam peças nos quiosques lidam com problemas na iluminação e acessibilidade da praça. O Pavilhão Universal, localizado no centro da Praça Tenreiro Aranha, permanece fechado por tapumes. Por muitos anos fechado, o local abriga ainda, à noite, moradores de rua. O Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que também funciona no local, estava esvaziado e com estrutura de vidro danificada.
O entorno do Mercado Municipal Adolpho Lisboa foi a única área com situação estrutural diferente. O local recebeu sinalização e acessibilidade durante obras de recuperação finalizadas em 2013. No entanto, o G1 encontrou ainda alguns trechos da calçada do mercado danificados. O mercado é um dos principais prédios históricos de Manaus e, após sete anos fechado para revitalização, foi entregue no aniversário de Manaus. Apesar da beleza do prédio ter sido recuperada, ao atravessar a rua ainda é possível observar um grande contraste com o entorno: a orla da capital, onde ele está localizado, é uma área com tráfego de veículos intenso e desorganizado, calçadas com buracos e estrutura portuária precária, além de ser um local violento, com altos índices de assaltos, e constantemente sujo.