Grandes empreiteiras brasileiras, como Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS, Odebrecht, entre outras, usariam um esquema para repartir as obras ganhas em licitações à margem dos contratos, segundo informa a edição deste domingo do jornal Folha de S.Paulo. A reportagem, feita com base em investigações da Polícia Federal (PF), aponta que o consórcio vencedor nem sempre é o que executa as obras e que recebe o dinheiro.
Um dos exemplos da prática teria ocorrido no contrato para a construção do Metrô de Salvador, que, segundo a investigação da PF, foi ganho originalmente por Andrade Gutierrez (50%) e Camargo Corrêa (50%), mas que teria sido executado pelas duas vencedoras (Gutierrez com 28,1% e Camargo com 16,7%) mais Constran, Norberto Odebrecht, OAS (estas três últimas com 16,7%) e Queiroz Galvão (5,2%). Os relatórios da polícia, feitos também nas obras do metrôs do Rio, Distrito Federal e Fortaleza, tiveram como base os fluxo de caixa das empresas e as ordens de execução nos canteiros, muitas assinadas por construtoras derrotadas na licitação, segundo a Folha. O jornal disse ter procurado todas as empresas citadas e que Odebrecht e Queiroz Galvão negaram as acusações.