A Amazonas Energia, empresa do sistema Eletrobrás, decidiu adiar por tempo indeterminado licitação internacional para aquisição de 27.494 sistemas completos de coletores solares individuais. O pregão eletrônico estava previsto para o dia 15 último e foi cancelado ao se “identificar necessidade de ajustes técnicos”, segundo o gerente do Departamento de Licitação e Contratação da concessionária, Valdeni Batista Milhomens.
Avaliada pelo mercado em cerca de R$ 700 milhões, a compra se destina ao atendimento do programa Luz Para Todos, sendo que 13.323 kits serão instalados no Acre e 14.171 no Amazonas, em locais onde não há redes de distribuição.
A iniciativa da Amazonas Energia vinha recebendo críticas de especialistas do segmento de energia fotovoltaica. “Há o risco de se repetir os problemas enfrentados no Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios (Prodeem) que importou equipamentos cuja manutenção se mostrou dispendiosa e problemática”, avalia o professor Roberto Zilles, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP).
O pesquisador defende que o governo deveria aproveitar o seu poder de compra para incentivar a indústria local a desenvolver tecnologia própria para o segmento. Com exceção do coletor em si, ele garante que é possível adquirir no Brasil todos os demais componentes periféricos como conversores e acumuladores eletroquímicos. Zilles lembra ainda que a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) já desenvolveu estudo que indicou condições favoráveis para o desenvolvimento de equipamentos fotovoltaicos no Brasil, incluindo a nacionalização do processo de purificação do silício em grau eletrônico, necessário à produção das celulas.
[27.04.2010] 09h50m / Antonio Carlos Sil