Diário do Comércio
As brasileiras estão entre as que mais abrem negócios no mundo, setor de serviços é destaque
Vanessa Rosal.
Burocracia excessiva, falta de apoio financeiro e políticas governamentais são alguns dos principais fatores de inibição e estímulo da atividade empreendedora no Brasil, que ocupa o décimo lugar no ranking do Global Entepreneurship Monitor (GEM). Anunciada oficialmente ontem, na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP), a pesquisa avaliou 42 países. “Infelizmente, o empreendedorismo brasileiro é caracterizado por conveniência e necessidade, ao contrário dos países de renda alta, que empreendem por oportunidade”, disse o presidente do Sebrae Nacional, Paulo Okamoto.
O dado de maior destaque das pesquisas é o fato de as mulheres brasileiras serem consideradas entre as mais dispostas a abrir um negócio. O empreendedorismo feminino no País é o décimo mais atuante no mundo, com taxa de 9,61%, o que representa cerca de 5,5 milhões de mulheres empreendedoras. “Esse crescimento ocorre pelo aumento da participação do setor de comércio e serviços no total do Produto Interno Bruto (PIB) do País, setor em que as mulheres respondem por dois terços dos novos negócios”, explicou o diretor técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barbosa.
É o caso da empresária Sonia Lúcia Moura, dona da ConLicitação empresa de serviços que fornece informações aos clientes sobre negócios públicos, facilitando o acesso às oportunidades de negócios disponíveis. “Quando eu abri a empresa, há sete anos, tive dificuldades para obter recursos financeiros. A solução foi ter várias contas em bancos diferentes para usar o cheque especial. Fiquei negativa em todos eles durante um bom tempo”, disse.
Atualmente, a empresa possui 5,7 mil clientes, contra 4,5 mil no mesmo período do ano passado. Apesar de não revelar valores, Sonia Lúcia disse que o investimento em tecnologia e treinamento de funcionários é alto. “Para este ano, estou calculando investir 20% mais. Fazer investimento nestas áreas é o mesmo que economizar”, diz ela.
No empreendedorismo feminino estão à frente do Brasil o Peru (39,27%), Filipinas (22,45), Indonésia (18,73%), Jamaica (18,14%), Colômbia (17,30%), Tailândia (14,18%), China (13,79%), Malásia (11,13%) e Austrália (9,87%).